quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Não ames pela metade. Ama com as mãos pelo corpo dele, ama com os pés enroscados nos dele, ama com o coração a bater forte junto ao dele e ama com a barriga cheia de borboletas. Quando vires que queres aqueles pés a aquecer-te todos os dias não tenhas medo e ama com tudo. E se um dia os pés dele fugirem para outra cama agradece porque conseguiste dar tudo mesmo quando só recebeste metade. No fim quem ama menos é quem perde mais.
É quando me apercebo que cada vez penso menos nele que começo a ver que o "luto" está a passar. Vou pensar em ti até me esquecer de me lembrar de ti. :(

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

"Se amas: sê fácil. Abre os braços, abre as pernas, abre a boca: abre-te para quem amas. Se amas: não compliques. Se queres um beijo, beija; se queres um abraço, abraça; se queres um orgasmo, despe e salta e dança e sua e geme. Se queres amar: ama. Não olhes a convenções. Prefere as pulsões."

Pedro Chagas Freitas
https://www.facebook.com/pedrochagasfreitas

Amei! É mesmo a filosofia a seguir.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mês de Novembro

Nos últimos anos o mês de Novembro tem sido o pior mês do ano, sem saber bem porquê, era um mês que me fazia ter grandes duvidas sobre a minha existência e o que ando aqui a fazer, o que quero da vida, etc. e as conclusões a que chegava nunca eram boas. Este ano não foi diferente mais uma crise existencial, fim de um namoro (o melhor que tive até agora), aprender a viver sem a presença da pessoa que amamos é uma prova de esforço que nos leva à exaustão. Mas este ano é diferente, este mês tem sido de reflexão sobre o que vale a pena, um mês de plena gratidão, um mês a aprender a controlar todos os pensamentos negativos que me ocorrem.
Hoje foi um dia especial, tanta coisa negativa aconteceu durante o meu dia e eu "arrumei po lado". E fiz isso tão bem que só agora às 22 horas me apercebi que era dia 21, o dia em que faria 11 meses de namoro. Andava preocupada com o que iria sentir hoje, e o dia chegou e a minha vibe de tão boa que anda nem me lembrei.
Isto tudo para concluir, o melhor Novembro da minha vida é este, um Novembro em que a minha mente se abriu para nunca mais voltar ao estado normal.
É verdade que não é fácil recuperar do fim de uma relação, mas isto é algo que ainda vai demorar, até Janeiro de 2014, prazo que a minha cabeça deu ao meu coração para se lamentar.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O nosso amote :')

"Não percebo porque é que "amo-te" se escreve desta forma: amo-te! Quando deveria ser desta: amote. Amo-te não deveria ter hífen ou tracinho, como se costuma dizer. O amote de que falo, este, não deveria ter espaço, para que nenhuma letra respirasse, para que ficassem ali as letras apertadinhas de forma a não caber mais nenhuma. Porque a verdade é que, quando se ama alguém, não cabe mais ninguém ali. Porque não há espaço. Porque as letras estão literalmente sufocadas por essa palavra que se deveria escrever apenas e só assim: Amote."

O nosso amote sempre foi junto desde que te enviei este texto do Alvim que tanto eu como tu adorávamos e achávamos que fazia todo o sentido na nossa relação.

Durante todo este tempo foi Amote porque mesmo com a distância física o que sentia por ti fez com que não houvesse espaço para mais ninguém. E acredita que, em todas as minhas relações houve sempre espaço para um flirt, embora nunca quisesse mais nada além disso, mas contigo não havia essa necessidade que todas as mulheres têm de ter sempre um backup. 

Foi um amote juntinho como eu e tu quando dormíamos juntos. 

Um amote sem respirar porque sempre me tiraste a respiração com cada sorriso que me deste. 

Um amote que não se separava assim como nós nas nossas noites de verão.

Um amote pegajoso como os teus crepes na frigideira. 

Um amote como eu sempre desejei ter. E tive e por isso valeu a pena. Amar sem reservas vale a pena. 

Agora é altura de colocar lá o traçinho, de desapegar e voltar atrás, passar a ser Amo-te para mais tarde ser Adoro-te e depois nada. Tal como era antes de te conhecer.

E este amo-te sim custa, um amo-te com todo o espaço que existe entre nós, que agora além de físico é também mental, universal. Um amo-te com espaço para outras pessoas. Ou não, pelo menos para mim, enquanto não for nada não haverá espaço para ninguém. 

Desapegar deveria se escrever desa-pegar. Porque é necessário colocar lá algo a separar. Porque se queres desapegar não faz sentido ser junto quando tem que se estar separado. 


E agora o texto do Alvim que faz mais sentido:

"grande problema quando amamos alguém, é que só essa pessoa nos poder dar o que queremos. E quando amamos alguém o que dela queremos é amor, do mesmo modo que quando vamos à farmácia queremos medicamentos. E houvesse um que nos fizesse esquecer quem amamos e não nos ama e aqui vos juro que o tomaria todo. As caixas que houvesse. Mas não havia. Nunca houve."

No vasto leque de criaturas que a Mãe Natureza pariu e a quem a sociedade moldou comportamentos, há uma em particular que costuma suscitar grande animosidade por parte dos seus pares - por «par» entenda-se a pessoa ou pessoas que gostariam de emparelhar com ela. Trata-se dos indecisos. Aquela malta que não sabe o que quer. Que emite constantemente sinais contraditórios das suas intenções. Que tanto diz frito, como logo a seguir faz cosido. Que tanto diz «quero», como logo depois fica em silêncio. Na prática, são aquelas pessoas que uma noite mandam uma mensagem às três da manhã a dizer «tenho saudades tuas», e nas duas semanas seguintes não dão cavaco. Ou aqueles com quem adormecemos embalados pela conversa de «seria tão bom se...» e de manhã vestem o casaco do bloco de gelo, como se tivessem tido pesadelos connosco. Aqueles que, perante a ideia do compromisso, alegam que estão bem é sozinhos, mas só querem é estar acompanhados.

Passo a vida a dizer que homens e mulheres não são assim tão diferentes no que toca às relações. Sobretudo se isso implicar comportamentos descompensados ou disparates à séria. Quando se trata de ser palerma, os cromossomas são igualmente palermas. Mas, neste caso em particular, a verdade é que há mais homens do que mulheres indecisas a deixar a outra pessoa num limbo de esperança. A deixá-las à espera do telefonema, da mensagem, da luz ao fundo do túnel. Pelo menos é essa a ideia que tenho, com base nos casos de que me falam. Estatisticamente falando, portanto, à luz da minha rede de contactos, vejo mais homens a andar para trás e para a frente e mais mulheres à espera que eles tomem uma decisão de uma vez por todas, do que o contrário.

Não é que as mulheres não façam também isto, mas no caso delas a coisa costuma assumir outros contornos. E a indecisão resvala para a manipulação. Levado ao extremo, um homem indeciso é irritante, mas uma mulher manipuladora é perigosa. Muito perigosa. Sobretudo porque normalmente um homem demora demasiado tempo até perceber que aquela mulher não é de confiança e que precisa de terapia, para deixar de achar que o mundo gira à volta dela e que ele seria capaz de tudo em nome do que ela o faz acreditar. Mas isto é tema que dá pano para mangas...

Nem todos os homens têm a capacidade de deixar mulheres à espera. Mas também nem todas as mulheres têm paciência para esperar por caramelos que não sabem o que querem. Nalguns casos, porque elas já passaram por isso e não estão para repetir a experiência. Noutros casos porque são muito decididas e sabem sempre o que pretendem (desconfio desta gente que diz que nunca se engana e raramente tem dúvidas). E também há as que não conseguem aguentar situações destas porque pura e simplesmente não faz parte do feitio delas.

Seja qual for o caso - ou até um caso perdido - há homens que são mesmo capazes de moer o juízo. A paciência. E, em muitos casos, o coração. E, pior ainda, quando o fazem constantemente, porque já não conseguem agir de outra forma, ou quando o fazem durante muito tempo com a mesma mulher, porque a relação - ou seja lá o que desenvolveram - entrou nessa espiral de avanços e recuos até à exaustão. Esta malta que não f*** nem sai de cima (é uma revista familiar, devo evitar a boçalidade, por muito que expresse de forma perfeita uma ideia) pode ser desesperante. E uma vez que encostá-los à parede para se mexerem - para se aproximarem ou se afastarem de vez - não costuma resultar, o ideal é aplicar uma regra de que uma amiga me dava conta há dias: «Quando eles não se decidem, decidem-se elas». É nessas alturas que elas vão embora. E ainda bem.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

“Uma relação entre duas pessoas que se amam tem de se basear na capacidade de erigir um edifício. Pedra a pedra. Tijolo a tijolo.
Poucas obras de engenharia são mais complexas do que uma relação entre duas pessoas que se amam.
Nenhuma obra de engenharia é mais complexa do que uma relação entre duas pessoas que se amam.
Nada é mais exigente fisicamente do que uma relação entre duas pessoas que se amam.
Tem de haver uma entrega absoluta. Até à última gota. Para que cada pedra esteja no local certo. E por vezes há que caminhar quilómetros com essa pedra às costas para a colocar no local certo. Nem mais um centímetro à frente nem mais um centímetro atrás.
Cada pedra que constróis também pode ser cada pedra que destrói, que faz derribar todo o edifício.
Todas as relações são feitas de pedra. Mas está na nossa mão. Está na mão dos dois constituintes de uma relação entre duas pessoas que se amam definir se a pedra serve para separar se a pedra serve para unir.
Todas as relações são feitas de pedra.
E é assim que construo. É assim que pela primeira vez construo. Estou a construir. Digo-te cada verdade e sei que estou a colocar as pedras que nos separavam nos locais certos. Para que o edifício cresça quando já estava quase a cair. Para que possas depois perceber se queres construir comigo ou se queres que tudo isto que somos caia de vez.
Olho-te nos olhos e sei que choras. Sei que choras a cada verdade que te entrego, a cada pedra que te coloco nas mãos.
Não sei se terás força para as suster, se terás força para as aguentar, para as suportar dentro de ti. Não sei se algum de nós conseguirá levar mais longe este edifício.
Mas sei que me sinto enfim a ser eu em ti como tu sempre foste em mim.
Todas as relações são feitas de pedra.
Há que construir.
Há sempre que construir.”






Pedro Chagas Freitas

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Devagar

"Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar."

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

terça-feira, 5 de novembro de 2013

"Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás."

Caio Fernando Abreu
"A raiva não cura nada meu amor. Podes partir tudo o que é meu, podes reduzir o mundo inteiro a estilhaços, que nem um desses cacos te vai serenar as noites. Perdoa-me, perdoa-te, fomos tudo o que os elementos deixaram, apenas não fomos mais que isso. Recorda-me bem, recorda-nos no abraço, no fogo da nossa pele, no vazio que os nossos corpos deixaram um no outro, de dia, de noite, aconteceu tudo, foi tudo verdade, aceita os hoje já incorrigíveis erros… existimos os dois ao mesmo tempo, e mesmo embalados naquela imensa luta contra os venenos do mundo, foi bom, fomos bons, e amar-nos-emos sempre há hora do sol posto. Percebe isso, serena.te, adormece-me calmamente numa caixinha. Dorme bem".

Tiago Bettencourt